Protesto contra Alckmin tem confronto entre manifestantes e PM
Um protesto contra o governador Geraldo Alckmin terminou em confronto entre manifestantes e a Polícia Militar na noite desta terça-feira (30) na Avenida Rebouças, na Zona Oeste de São Paulo. Vinte manifestantes foram detidos e houve feridos, segundo balanço divulgado até a última atualização desta reportagem.
Quatro homens e uma mulher foram autuados em flagrante por dano ao patrimônio, como a depredação de bancos, concessionária e um carro da PM, segundo o delegado Gilmar Contrera, do 14º DP.
Os homens foram transferidos para o 91º DP e a mulher, para o 89º. Os nomes e idades não foram divulgados. Na quarta-feira, eles serão levados para o Centro de Detenção Provisória.
Os outros 15 manifestantes (13 homens e duas mulheres) foram liberados, de acordo com a polícia.
No confronto na Avenida Rebouças, segundo a PM, havia cerca de 300 manifestantes e 200 policiais.
Assim como no protesto de sexta-feira (26) na Avenida Paulista, o ato desta segunda começou pacífico até que um grupo de mascarados passou a depredar lojas. A diferença em relação a sexta, quando a PM levou uma hora para reprimir os atos de vandalismo, é que desta vez a polícia acompanhou o protesto desde o início e agiu logo depois das primeiras depredações.
(Ao lado, veja reportagens do Jornal Nacional e da GloboNews.)
Segundo o capitão da PM Eliseu Chaves de Oliveira, por volta das 18h, 212 policiais estavam posicionados na região do Largo da Batata, em Pinheiros, onde teve início a manifestação. Um veículo do Corpo de Bombeiros também estava no local.
Uma hora depois, o protesto seguiu em direção à Avenida Rebouças, com o objetivo de ir até a Paulista. O destino foi escolhido por meio de uma votação, já que alguns defendiam a ocupação da Assembleia Legislativa, que está em recesso. As sugestões de ir ao Palácio do Governo ou à casa de Alckmin já haviam sido descartadas por causa da grande distância.
Por volta das 19h20, começou o conflito. Alguns manifestantes começaram a depredar lojas e agências bancárias. Uma concessionária teve carros pichados e quebrados. A Avenida Rebouças chegou a ter os dois sentidos da via bloqueados durante o confronto.
Um dos manifestantes usou um martelo para destruir um carro. Alguns mascarados depredaram bancos. Pelo menos um manifestante ficou ferido. O banco Santander informou que teve duas agências depredadas.Policiais da Força Tática foram hostilizados quando se posicionaram para impedir o ato de vandalismo em um dos bancos da avenida. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas e alguns manifestantes passaram mal com o efeito do gás.
Cerco à delegacia
Depois do confronto na Avenida Rebouças, os manifestantes se dispersaram pela região. Por volta das 22h30 eles voltaram a se reunir e seguiram em direção à delegacia onde os detidos haviam sido levados, em Pinheiros.
Segundo a reportagem do G1, cerca de 60 manifestantes se concentraram na Rua Deputado Lacerda Franco, próximo à delegacia para a qual os detidos foram levados. A Tropa de Choque montou barreiras para impedir a aproximação do grupo, que pedia a liberação dos detidos.
Desta vez, não houve confronto. Cerca de duas horas depois, a maior parte dos manifestantes se dispersou.
Alckmin e Cabral
O ato desta terça foi combinado pelas redes sociais, contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e em solidariedade às manifestações no Rio de Janeiro contra o governador Sérgio Cabral. No Facebook, a página de convocação tinha o nome de "2° Grande Ato Fora Alckmin e Apoio ao RJ".
Protesto de sexta
Na sexta-feira houve ação semelhante em um protesto em São Paulo, desta vez na Avenida Paulista. O G1 flagrou depredação em 10 agências bancárias da região. Bases da PM, estações de Metrô e concessionária também foram alvos.
Com o resultado da manifestação da semana passada, a polícia deslocou um grande número de policiais para acompanhar o protesto desta terça-feira.