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Após invasão da Câmara, ato acaba em confronto


Uma manifestação que começou pacífica e teve mais de 700 pessoas para pressionar o Ministério Público do Rio a investigar gastos públicos do governador Sérgio Cabral teve seu momento mais tenso num confronto na Câmara Municipal, no Centro, que foi invadida por volta das 21h desta quarta-feira (31). O local é simbólico, já que após o recesso parlamentar, vereadores vão abrir a CPI do Ônibus — cujo aumento da tarifa foi o estopim dos protestos começados em junho.

O ato começou pacífico por volta das 16h, mas uma segunda invasão da Casa às 22h30 provocou violência. Quando o primeiro grupo que havia ocupado a Câmara anunciou a saída pela porta lateral, conduzido pela PM de forma pacífica, os manifestantes que estavam na entrada principal se revoltaram e arrombaram a porta. Para esvaziar a Casa, policiais usaram spray de pimenta e golpes de cassetete. Bombas caseiras e pedras portuguesas foram atiradas como revide.´

Terminado o ato, por volta de meia-noite de quinta-feira (1º), cerca de 70 pessoas partiram para o Leblon rumo a casa do governador Sérgio Cabral, onde um outro grupo realiza o "Ocupa Cabral".

Na Cinelândia, durante o confronto, algumas pessoas ficaram feridas e pelo menos três delas foram atendidas por médicos voluntários. Um policial militar recebeu uma pedrada na boca e um jovem foi detido. Dentro do carro da PM, ele informou que seria levado para a 5ª DP (Mem de Sá). Até 23h30, a Polícia Civil não havia confirmado a entrada dele.

Intitulado “MP, de que lado você está?”, o ato tinha como principal missão pressionar o Ministério Público a questionar as viagens de helicóptero do governador e analisar as contas públicas, o que poderia levar Cabral ao impeachment — desejo repetido nas bandeiras "Fora, Cabral". Além disso, o protesto pedia aprofundamento na investigação da conduta policial em relação à série de manifestações.

Protestos violentos e a "nova PM"

No último dos atos violentos, no dia (22) da chegada do Papa Francisco ao Brasil, o jovem Bruno Teles foi preso acusado de ter atirado um explosivo contra policiais. Imagens da internet, no entanto, mostraram o jovem desarmado no momento da agressão e seu caso foi arquivado. Na ocasião, oito jovens foram detidos. Após este ato, um grupo de PMs, que usam uniformes com identificações de letras e números (os “alfa-numéricos”, como já são chamados), sem nomes, foi montado especialmente para acompanhar as manifestações, caminhando juntos com o grupo e tentando dialogar.

Fonte: G1

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