EUA alertam seus cidadãos sobre risco de ataques da Al-Qaeda
O Departamento de Estado dos EUA alertou nesta sexta-feira (2) seus cidadãos sobre "continuada possibilidade de ataques terroristas", particularmente no Oriente Médio e no Norte da África.
A informação disponível é de que a rede terrorista da Al-Qaeda e seus aliados planejam os ataques principalmente em agosto.
Segundo a diplomacia americana, a informação sobre a possibilidade de novos ataques é a mesma que levou à ordem de fechamento de embaixadas americanas no domingo, anunciada na véspera.
"As informações sugerem que a Al-Qaeda e suas organizações afiliadas continuam planejando ataques terroristas conjuntos na região e para além dela. Poderiam concentrar suas forças em ataques no período que vai de hoje ao final de agosto", ressalta um alerta de viagem.
O alerta indica "a possibilidade de que os terroristas ataquem os sistemas de transporte público e outras infra-estruturas utilizadas pelos turistas".
Como precaução, o Departamento de Estado informou que serão fechadas ao menos 22 embaixadas e consulados americanos no domingo, dia útil no mundo islâmico.
As embaixadas envolvidas são basicamente as localizadas no mundo árabe e a lista também inclui duas embaixadas em nações muçulmanas não-árabes, Afeganistão e Bangladesh, assim como representações americanas em Israel.
Não abrirão também os consulados de Arbil, no Iraque; Dhahran e Jidá, na Arábia Saudita; e Dubai, nos Emirados Árabes.
O Reino Unido também anunciou o fechamento da embaixada no Iêmen, no domingo e na segunda-feira. Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores britânico disse que as autoridades britânicas estavam em estreito contato com as autoridades norte-americanas.
As embaixadas e consulados postaram a informação do fechamento no domingo em seus sites.
A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse que o governo avaliará suas opções depois de domingo. Também indicou que algumas embaixadas e consulados podem decidir prolongar o fechamento pelo tempo que considerarem necessário.
Harf se recusou a especificar em que lugar exato foram detectadas essas ameaças.
Nancy Pelosi, líder do Partido Democrata na Câmara de Representantes, afirmou que os líderes do Congresso receberam um relatório a respeito da ameaça.
"Existe um entendimento sobre a seriedade da ameaça", afirmou à imprensa.
O republicano Jason Chaffetz, que é muito crítico em relação à política de segurança do governo de Barack Obama, também afirmou que existe "uma ameaça mundial bem real".
"Existem ameaças que pairam sobre nós numa base diária, mas agora isso chegou a um novo nível", declarou à CNN.
Os Estados Unidos aumentaram suas medidas de segurança desde o ataque ao consulado do país em Benghazi, na Líbia, em 11 setembro do ano passado.
O ataque causou a morte de quatro americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens. O fato levou os republicanos a acusarem o Departamento de Estado de não tomar precauções suficientes para proteger seus diplomatas.
A ex-secretária de Estado Hillary Clinton aceitou a responsabilidade pelo ataque em Benghazi, mas explicou que os pedidos por mais segurança não chegaram até os oficiais da esfera superior.
Chaffetz acrescentou que o alerta dessa mais recente ameaça mostra a necessidade de que sejam implementados mais programas de combate ao terrorismo no país.